Época das falsidades

Título do post em homenagem ao meu pai, que proferiu essa frase ontem à noite. É, estamos pertinho do Natal, época do espírito natalino, onde a gente (às vezes) pára pra pensar que tem gente morrendo de fome, pode passar essa data ao relento, sem casa, cobertor... E quem vai lembrar disso depois? Afinal, teremos depois o Ano Novo, regado a muita sidra, depois vem o Carnaval regado à cerveja, depois vem à Páscoa regado a vinho, depois o São João regado a quentão/cachaça, e 6 meses depois vem um outro Natal para sermos santos outra vez.
Blá blá blá, essa é nossa rotina anual. Você pára pra pensar no seu irmão que está encostado na sua casa, fraco por não comer há dias? Não! Você o expulsa dali pra não enfeiar sua decoração natalina!
Ah, meu bom pai, eu não sou religiosa, mas como que as pessoas esquecem o nascimento de Jesus? Preferem torrar seu 13º comprando roupa, enriquecendo o comércio!
Sabe, às vezes canso. Ninguém olha esse blog mesmo, escrevo mais para mim e minha amiga Débora. Como se adiantasse eu escrever algo.
As pessoas me irritam. Gente que eu nunca vi na vida, ou pior, gente que me conhece e não fala comigo durante 363 dias, vêm falar comigo pra dar Feliz Natal e Feliz Ano Novo.
A minha sincera vontade é de ignorar. Porém, temos o dever da boa convivência (que pra mim é um monte de tolices) e acabo concedendo a contragosto. Quer ser bom um momento do ano para comigo? Não venha desejar-me nada desse tipo.
É isso. Logo vem o Carnaval e ninguém vai mais lembrar das crianças carentes que não podem comprar brinquedos. E lá vamos nós, cavalos com cabrestos, procrastinadores e hipócritas. Minha sincera esperança, de todo santo Natal, é que as pessoas olhem para si mesmas e vejam o quão tudo isso é absurdo. E mudem.