domingo, 10 de abril de 2011

Não sou nenhum ser especial, embora eu não pense isso
Apenas acredito que ninguém nasça puramente por acaso.
É verdade que muitas vezes eu duvidei de Deus. Para ser sincera, ainda tenho dúvidas, mas inclino-me para a Sua existência.
Me entristeço ao ser obrigada a acompanhar tantas tragédias correndo a Terra. Isso de certa forma me envergonha, por ter nascido humana. Uma desprezível e mísera humana. Posso não massacrar elefantes para extrair seus preciosos dentes marfínicos; posso não serrar madeira com minhas mãos; posso não guerrear por petróleo, nem sair atirando em gente que nem conheço. Posso não ser mãe que mata seu filho por vergonha, nem filho que mata seus pais por dinheiro.
Mas sou aquela que mata populações de peixes ao usar energia elétrica proveniente de uma hidrelétrica; sou aquela que mata milhões de pessoas ao usar gasolina proveniente de petróleo ensangüentado; sou aquela brasileira que indigna-se com a violência, e nada faz por que, quem sou eu mesmo?
Vontade de mudar o mundo não falta. Mas falta uma coisa essencial que o sistema capitalista cobra, e que eu não tenho: DINHEIRO. E também, um estímulo, uma coragem. Não quero terminar como o poema do Vladimir Maiakóvski... segue para vocês refletirem:

DESPERTAR É PRECISO

Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma Flor do nosso jardim e não dizemos nada.
Na segunda noite, Já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, Já não podemos dizer nada

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